Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram
levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré. Judas 1:11

“E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma
oferta ao SENHOR. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas,
e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. Mas para
Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe
o semblante”. Gênesis 4:3-5.
“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual
alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e
por ela, depois de morto, ainda fala”. Hebreus 11:4
“Caim trouxe uma oferta”. Ele adorou a Deus da
sua maneira, conforme seus próprios pensamentos. Nele havia um sentido
religioso; oferecer algo a divindade para alcançar sua bênção. Ele trouxe o
fruto da terra, resultado do seu esforço, resultado do seu trabalho braçal de
arar e cultivar a terra. Sua teologia estava fundamentada em Barganhar com
Deus, conquistar o favor divino com o trabalho. Abel, por sua vez, trouxe uma
oferta de acordo com a revelação de Deus. Abel era piedoso, procurava fazer as
coisas de acordo com o padrão e vontade de Deus. Ele colocou em prática o que
recebera de seus pais mediante a revelação de Deus. “E fez o Senhor Deus a Adão e à
sua mulher túnicas de peles, e os vestiu”. Gênesis 3:21. Um
animal teve que morrer para cobrir a nudez (pecado) do homem. Após o pecado
entrar no mundo o caminho de volta para Deus fora estabelecido pelo derramar de
sangue, uma figura do que o redentor faria pelo homem na cruz. Cristo, o
cordeiro morto antes da fundação do mundo. Abel foi a Deus pelo caminho de
Deus. Abel colocou em prática a revelação que Deus dera a seus pais. “E
quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem
derramamento de sangue não há remissão”. Hebreus 9:22. Abel
colocou sua fé na graça de Deus. Ele não foi até Deus baseado em suas obras e
esforço, mas sim, em humildade e dependência, confiando que sua oferta de
adoração seria aceita por estar de acordo com o padrão do Senhor. Por sua
piedade verdadeira, fruto de um coração temente a Deus, foi considerado justo e
aprovado por Deus. Enquanto Caim trouxe uma oferta, Abel trouxe a oferta. Ao
ser reprovado pelo Senhor, o coração de Caim foi revelado; mostrando sua falsa
piedade. Na verdade Caim estava centrado nele, seu culto foi com o objetivo de
alcançar o favor da divindade. A inveja e a ira se apoderaram de Caim levando-o
a matar seu irmão. Esse é um caminho. O carnal sempre se levantará contra o
espiritual; a religião do homem pautada em prestígio, poder e riqueza; sempre
perseguirá e matará os verdadeiros profetas de Deus. Os apóstatas sempre perseguiram os
que estão na genuína fé. ”Mas, como então aquele que era gerado
segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é também agora”. Gálatas 4:29.
Bem, por toda a bíblia vemos esses dois caminhos: O caminho
da religião baseada no homem. O caminho do esforço humano, das obras de justiça
produzida pelo homem; e o caminho da fé baseado na revelação de Deus. O caminho
do operar de Deus no homem, pelo homem e através do homem. Na vida de Abraão,
também vemos esse dois caminhos representados por Ismael e Isaque. “Porque está escrito que Abraão teve dois
filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu
segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa”. Gálatas 4:22, 23. A carne produz obras para tentar alcançar o favor de Deus, a promessa produz a fé que faz o homem descansar na graça e fidelidade daquele que prometeu.Vemos aqui dois tipos de espiritualidade. Em toda história do homem, passando
por todo o planeta, nós só temos dois tipos de espiritualidade: a
espiritualidade da terra; do esforço humano, fruto da imaginação e elucubrações
humanas, a espiritualidade de Caim. E temos a espiritualidade do céu, da fé,
resultado de receber e confiar na revelação trazida por Deus ao homem, a
espiritualidade de Abel. O caminho das religiões, inclusive o judaísmo e
cristianismo, versus o caminho do evangelho. O que fica fora do evangelho e de
Cristo é religião da terra, religião do auto esforço humano tentando alcançar a
Deus. A oferta de Caim é a oferta da ralação, do suor, das obras da religião. É
a oferta da Lei, o caminho representado pela lei. É a tentativa de complementar
a obra da cruz, a cruz só não basta. Para os do caminho de Caim a cruz não foi
suficiente é necessário o esforço do sacrifício para receber algo da divindade.
O caminho de Caim, também é o caminho da piedade falsa. “Tendo aparência de piedade, mas
negando a eficácia dela. Destes afasta-te”. 2 Timóteo 3:5. O
caminho de Caim tem toda a indumentária religiosa – roupa, linguagem, rituais –
canta louvores, dar dízimo, frequenta a igreja; mas não abre mão do controle de
sua vida. É a espiritualidade da aparência, mas sem conteúdo. É o caminho da
hipocrisia e apostasia que tem dominado a igreja moderna; fala da fé
(confiança, entrega, rendição), mas a muito já abandonou a mesma, vivendo
apenas pela aparência da religião. O caminho de Caim por um lado é o caminho da
paranoia, da angústia e frustração por tentar servir a Deus pelo esforço. “Porque
lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua
própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus”. Romanos 10:2,3. Por
outro lado é o caminho da independência, de prestar culto de acordo com suas
ideias e preferências, a parte da revelação de Deus. “E por que me chamais, Senhor,
Senhor, e não fazeis o que eu digo?” Lucas 6:46.
Nestes dias perigosos, dias de muito engano, temos que tomar cuidado, pois o
próprio Senhor nos advertiu “E Jesus, respondendo, disse-lhes:
Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a
muitos. Mateus 24:4, 5.
Assim como, fomos exortados por Judas a batalharmos pela genuína fé que tem uma
expressão insofismável pelos frutos do espírito na vida dos verdadeiros filhos
de Deus. Infelizmente, muitos (ministros e pregadores) em nossos dias, entraram
pelo caminho de Caim, que é caracterizado pela religiosidade do esforço humano,
da falsa piedade e da centralidade do ego.
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