FUNDAMENTOS DO EVANGELHO DA GRAÇA – FEITOS TOTALMENTE JUSTOS

A primeira pedra no qual está fundamentado o evangelho da graça é a manifestação da graça e do amor incondicional de Deus no perdão total e eterno dos nossos pecados. A segunda pedra no fundamento é que fomos feitos totalmente justos pela obra redentora do Senhor Jesus. A justificação pela fé é um ponto fundamental do Evangelho da graça. Como temos visto a graça de Deus, que é a manifestação e obra de Cristo por nós, já perdoou todos os nossos pecados passado, presente e futuro; por conseguinte, fomos feitos perfeitamente justos com Sua própria justiça e nenhum pecado pode nos tornar injustos diante de Deus. Pois nossa justiça e relação com o Pai, após a obra do Senhor Jesus, não é baseada na lei, mas sim, em uma relação baseada na graça. Ou seja, o Pai nos recebe e aceita por causa da obra do Senhor Jesus e não por causa das nossas obras de justiça. Justiça no evangelho, conforme a revelação que Paulo recebeu, é estar na posição correta diante de Deus, é uma questão posicional e não uma questão de desempenho pessoal. A justiça do evangelho é uma dádiva e não um desempenho. Ela é imputada e não intrínseca. Vejamos algumas passagens bíblicas:

  Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.
Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé. Romanos 1:16,17  

No evangelho nós descobrimos a justiça de Deus, justiça essa que é pela fé e não por obras da lei. O evangelho, palavra grega que significa, “as maravilhosas boas notícias, tão extraordinárias que são difíceis de acreditar, daquilo que Deus fez por nós em Cristo Jesus;” a posição de justos que nós ganhamos mediante a obra redentora.

Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.
Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;
Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.
Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.
Romanos 3:20-26  

Deus, o Pai, manifestou sua justiça neste tempo presente; Ele determinou ser o justo e justificador, através do sacrifício de Jesus, de todo aquele que cresse. Foi o próprio Deus que estabeleceu esse caminho, a justiça do evangelho, que pode ir contra Ele. A lei não justifica, a lei apenas aponta o pecado. Todo aquele que queira se justificar pelas obras da lei nunca conseguirá. A justiça de Deus que foi manifestada pelo evangelho é à parte da lei e, tal justiça foi testemunhada pela própria lei e pelos profetas. “Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença (22)”.

Os pecados foram removidos por causa da obra redentora, a dívida foi paga, a barreira que separava o homem de Deus foi retirada, e agora, pela fé, confiança e entrega, no sangue de Jesus, que é propiciação dos pecados, o homem se torna justo, ganha uma posição correta diante de Deus.  

Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?
Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.
Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.
Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. Romanos 4:1-5.

Paulo evoca um exemplo tirado da lei, do livro de Gênesis, o exemplo de Abraão, o pai da nação Israelita. Paulo procura desfazer o espanto dos religiosos por causa da justificação pela fé, mostrando que a justiça de Deus que vem pelo evangelho, é do mesmo tipo que Deus aplicou a Abraão, a justiça imputada. Abraão ganhou uma posição (foi justificado) diante de Deus e passou a ser chamado amigo de Deus porque ele creu. “Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça”. Coo o próprio Paulo mesmo falou essa justifica foi testemunhada pela lei e pelos profetas. A justiça do evangelho é um galardão imputado segundo a graça e não segundo a recompensa.

E não enfraquecendo na fé, não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.
E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus,
E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.
Assim isso lhe foi também imputado como justiça.
Ora, não só por causa dele está escrito, que lhe fosse tomado em conta,
Mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor;
O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação. Romanos 4:19-25.

Abraão ficou firme na fé, não duvidou da promessa de Deus em lhe dar um filho. Assim isso também lhe foi imputado por justiça. Foi tomado em conta a fé dele e por isso foi justificado, assim também conosco, será tomada em conta a nossa fé, nós os que cremos em Jesus, e semelhante a Abraão somos justificados pela fé.

Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
Romanos 5:1,2

“Tendo sido justiçados pela fé...” Já fomos justificados, já ganhamos uma posição correta diante de Deus; Ele pode nos receber em Sua família; Ele pode nos ouvir como filhos, através do sangue de Jesus. Estamos firmes nesta realidade espiritual, a justificação pela fé, e através desta verdade temos acesso a totalidade da graça de Deus, ou seja, de toda a nossa herança como filhos.

Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.
Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.
Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.
Ora, Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas.
Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo. )
Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo. )
Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, Romanos 10:1-8.

Semelhantemente ao povo judeu, muitos religiosos hoje têm zelo, mas sem entendimento. Eles rejeitam a justiça que vem pelo evangelho, e procuram estabelecer a própria justiça, através dos mandamentos da lei das tradições eclesiásticas e regras religiosas. A justiça que vem da lei, ou o legalismo, é o princípio do desempenho, fazer para ser aceito, é a justificação através das obras da lei. A justiça do evangelho é crer com o coração e confessar com a boca que Jesus é seu o Senhor e Salvador pessoal. É um confiar, é um render-se, é entregar toda a vida nas mãos do Senhor e confiar nele como aquele que salva completamente.

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.
Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne;
Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Romanos 8:1-4.

A lei santa foi dada ao homem pecador. O homem pecador não tinha nenhuma condição de cumprir cabalmente a lei de Deus. A lei falhou em transformar o homem, por isso, Deus, enviou seu filho para resgatar e salvar o homem. A obra de Cristo Jesus na cruz tornou possível o perdão total e eterno dos pecados do homem e a sua justificação diante de Deus Pai. Agora, através da obra redentora, o homem tem livre acesso a presença de Deus, ele é aceito, recebido, ouvido e amado através do Senhor Jesus. Justificação pela fé uma pedra fundamental no alicerce da vida cristã. Senão estivermos bem fundamentados nesta verdade não poderemos ter progresso em nossa vida com Deus.